História

Nascido às 08 horas e 40 minutos, do dia 08 de julho de 1953, na histórica e tradicional cidade alagoana de Penedo, à beira do Rio São Francisco, na Maternidade da Santa Casa de Misericórdia, foi o quarto filho do casal Edgar de Melo Silva e Maria Gomes da Silva (já falecidos).

Foto de Penedo, visão da cidade / Foto: Pedro Batista

O recém-nascido e sua mãe tiveram a visita da Madre Superiora da Santa Casa de Misericórdia de Penedo, que vendo o menino tranqüilo no berço, sugeriu que lhe desse o nome de “Evandro”, porque esse nome significa “um homem valente, inteligente, justo, leal e honesto. Ele nunca desistirá das coisas que acreditará e vai estar envolvido com diversas coisas ao mesmo tempo!…”.

Foto da Santa Casa de Misericórdia de Penedo. / Foto: Pedro Batista

De fato, aquilo que Madre disse naquela primeira visita, com o passar dos anos, foi se tornado realidade, porque o “menino” era um aluno exemplar, justo, leal, tímido e bem comportado, que vivia fascinado a observar as pessoas e as coisas de Penedo: “o Rio São Francisco, o casario colonial da cidade, as suas ruas estreitas e longas, a quantidade de igrejas, a arborização das praças e das ruas, a educação de seu povo, o pôr do sol no horizonte de Sergipe!…”.

Foto de Evandro aos 07 anos, no Grupo Escolar Gabino Besouro.

As manhãs e as tardes do sábado eram ansiosamente esperadas e com louvor, porque, sentado em cima do muro do quintal da sua casa, que ficava no alto da “Rocheira”, tinha uma visão panorâmica do rio São Francisco e podia ver as canoas com as suas velas brancas ou amarelas, as lanchas (especialmente a TUPÃ e a TUPIJI), as balsas de seu avô e os navios “Comendador Peixoto” e o cargueiro “BRASILUSO” que chegavam e saiam do porto de Penedo.

Foto da Rocheira. / Foto: Pedro Batista

Foto do Mirante da Rocheira / Foto: Pedro Batista

 

Aprendeu logo cedo com seus pais (Sr. Edgar e D. Maria Gomes), com seu avô (Sr. Pedrinho) e sua tia (Edi), a amar a natureza (as frutas, os passarinhos de todas as cores e tamanhos, os peixes, o rio, as árvores, as plantas!…) e o povo simples do campo.

Na casa de Penedo do seu avô, havia um quintal enorme (para as pernas daquele menino), repleto de árvores de todas as espécies e tamanhos e com plantas ornamentais que se assemelhava com uma floresta (+/- 01 ou 02 hectares de quintal) e ele tinha muito receio de encontrar uma onça por lá!…Fantasias de criança.

Foto da casa de Penedo do seu avô / Foto: Pedro Batista

 Nos finais de semana que passava no Povoado de “Carrapicho” (atualmente, é a cidade Santana do São Francisco, em Sergipe), levado pelo seu avô para a casa de “Carrapicho”, observava por horas a fios, os artesãos de lá, fazendo as moringas, jarros(as), potes, bonecos(as), brinquedos de barro (argila), etc., e, depois, quando as peças do artesanato estavam prontas e “queimadas” no forno à lenha, ficava fascinado com as pinturas que eles faziam.

Herdou da sua tia Edi Melo Silva, que tratava os seus sobrinhos com o mesmo amor e cuidado que tratava a toda a natureza, especialmente as roseiras e as videiras, o fascínio pelas videiras (atualmente, a região de Petrolina e Juazeiro, NE, é um grande pólo de produção de uvas no Brasil) e pelo Rio de Janeiro, pois ela havia estudado e se formado lá.

Dezembro era o mês predileto de Evandro e de seus irmãos, porque a Tia Edi iria desembarcar no Aeroporto de Penedo no avião DC3 da PANAIR, VARIG ou da VASP, cheia de malas e trazendo os presentes do Natal vindo do “sul” (Rio de Janeiro).

Foto da Vista do Rio São Francisco. / Foto: Pedro Batista

Perguntava-se a si mesmo como era Penedo de antigamente?…

Seu pai havia adquirido a sua casa em 1959, que estava em quase em ruínas. Sua casa pertenceu a um tabelião da comarca de Penedo, vizinho do sobrado do Barão de Penedo, no alto da “Rocheira”, onde ele encontrou (no quintal da sua casa) quando jogava bola em uma tarde de domingo com seu irmão Eraldo e todos os amigos da rua, uma pequena moeda de ouro da época do Império ou da Invasão Holandesa.

“Os holandeses fizeram aqui, em Penedo, o Forte Maurício de Nassau e havia uma lenda da existência por um túnel para fuga desse forte para o Rio São Francisco, passando no subsolo da casa da família, e quando os portugueses expulsaram os holandeses do Brasil, eles o destruíram tudo.”

Foto da "minha casa minha vida"(na cor bege), vizinho do sobrado do Barão de Penedo. / Foto: Pedro Batista

 

O Cine e Teatro São Francisco, Cine Penedo, Teatro Sete de Setembro e Penedo Tênis Clube naquela cidade, lhe deram a oportunidade de presenciar e participar de vários Festivais de Artes, Festivais de Cinemas (todos em nível nacional), Torneio de Tênis e conhecer diversos atores, atrizes e desportistas do cenário nacional.

Foto do Teatro Sete de Setembro. / Foto: Pedro Batista

Já universitário da UFAL, começou a trabalhar no SERVEAL – Serviços de Engenharia do Estado de Alagoas, na função de Auxiliar Técnico, no levantamento do Patrimônio Histórico e Cultural de Alagoas e participou dos trabalhos, para fins de restauração, do Teatro Sete de Setembro, da Igreja do São Gonçalo e a Casa do Barão de Penedo (em Penedo/AL), o complemento de levantamento da Igreja Matriz de Porto Calvo, a mais antiga de Alagoas (em Porto Calvo/AL) e o princípio do levantamento da Igreja da Ordem Terceira em Marechal Deodoro/AL.

Foto de uma greve na Universidade Federal de Alagoas.

Formado nos Cursos de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, pela UFAL – Universidade Federal de Alagoas (fazia os cursos ao mesmo tempo, na mesma área de ensino – Ciências Exatas, na mesma universidade federal, na época da Ditadura Militar, com o AI – 5 e 477), com Curso de Extensão em Administração de Transportes pelo Instituto Mauá de Tecnologia da Escola de Engenharia Mauá, em São Paulo, Pós Graduado no Curso de Metodologia e Projetos de Desenvolvimento Municipal e Urbano – CEMUAM, pela ENSUR – Escola Nacional de Serviços Urbanos do IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal e Corretor de Imóveis.

O dia só tem 24 horas! Lamentava isso, porque não tinha tempo para estudar.

Devia sua formação educacional, principalmente, a base que teve no Grupo Escolar Gabino Besouro, no Colégio Estadual Normal na cidade de Penedo e no Colégio Estadual Moreira e Silva, em Maceió!…Todos do governo!…

No dia 08 de fevereiro de 2006, participou de uma reunião na cidade de São Paulo no cargo de Diretor da SMTT (Planejamento de Transportes e Trânsito ) – Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Maceió. Nesta ocasião sofreu um AVC – Acidente Vascular Cerebral.

Inicialmente foi levado para o Hospital das Clínicas, em São Paulo, em seguida para o Hospital Santa Helena, da UNIMED / São Paulo. Em Maceió teve os cuidados médicos da UNIMED / UNICARE e durante algum tempo ficou impossibilitado de movimentos e comunicação, sendo assistido por uma equipe médica que lhe proporcionou condições para recuperar, aos poucos, a linguagem e os movimentos.

Em meados do ano de 2006, a família buscou outra alternativa de tratamento, encontrando o Hospital Sarah, em Brasília.

Foto de Evandro com a sua família no Natal de 2006, quando deixou a cadeira de rodas.

“Neste local passei por uma série de atendimentos multidisciplinares e me identifiquei especialmente com as aulas de Artes ministradas pela professora Cláudia Gunzburger Simas. Em 2010 conheci o Ateliê Digital, quando passei a freqüentar o Hospital Sarah, Lago Norte. Com apenas 02 (duas) aulas, comecei a fazer gravuras.”

Entendi que a vida não pàra!…

“A professora Cláudia me orientava por meio de aulas online e e-mails. Fazer gravuras (como aprendi no Hospital Sarah) é hoje, para mim, o oxigênio que respiro e o motivo de continuar a lutar pela vida, porque ela é divina e quando Deus fecha uma porta, sempre deixa uma janela (enorme) aberta.”